Fajão é uma antiga vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra, alcandorada sobre o rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de quartzito, cuja configuração faz lembrar antigos castelos naturais. Quem quiser fazer alpinismo e escalar estes penedos poderá usufruir de um espectáculo único.
O mesmo se aplica para todos quantos sentem o apelo do cosmos, dos céus transparentes e cheios de estrela. A localização da aldeia e a proteção que as serras que a envolvem lhe conferem, fazem com que Fajão seja um dos melhores lugares do mundo para observar o céu, os astros e os fenómenos que lhe dão vida. É aqui o epicentro do projeto Starlight Aldeias do Xisto e, por isso, o local escolhido para acolher o Geoscope. Constituído por uma dome e por um quiosque é o lugar ideal para a observação diurna e noturna do céu e para descobrir mais sobre o universo.
A requalificação da aldeia começou em setembro de 2003 e abrangeu, além de espaços públicos, edifícios particulares. Os proprietários demoliram, voluntariamente, parte dos seus imóveis e Fajão ganhou uma aura mais pitoresca.
… situada em uma muito pitoresca concha da serra do mesmo nome, alcandorada sobre o rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de xisto, cuja configuração oferece o aspecto impressionante duma cidade morta, troglodita, escavada de cavernas e castelos naturais (Penalva, Forno, Igreja dos Mouros e Porta da Falsidade). Quem quiser fazer alpinismo e puder andar por entre estes penedos gozará dum espectáculo verdadeiramente estranho, singularmente belo, e terá a ilusão não sabemos se dum convulsionado afloramento do Inferno de Dante, visto por Gustavo Doré, se de ossadas de gigantes de outro planeta que rolassem do céu, de escantilhão, e ali ficassem espantosamente estáticos, suspensos sobre o abismo de soutos e ervedais centenários. E quem no mais alto da serra subir à Rocha, a 1186 m. de alt., poderá então contemplar para oriente, sul e poente, o deslumbrante panorama de dilatados horizontes que vem lá do fundo da Beira Baixa e da Estremadura, num mar de serras pardas, amarelas, azúis e violetas, cuja ondulação lembra uma grande cavalgada que se levanta a carregar sobre a Estrela.
Guilherme Filipe in “Guia de Portugal - Beira Litoral, Beira Baixa, Beira Alta” (1944)
A aldeia, viveiro de cultura, tem o seu próprio museu, que ficou com o nome do Monsenhor Nunes Pereira. O espólio inclui xilogravuras, aguarelas de Fajão e objetos pertencentes à história da aldeia (como o seu primeiro telefone público).
Mas há mais para ver e fazer em Fajão. Desde o típico forno comunitário, ao lavadouro público, passando pela antiga escola primária, dos tempos do Estado Novo. A natureza envolvente é também um ex-libris da aldeia. Dali quase se vê a nascente do rio Ceira, um afluente do Mondego.
Vá ao adro da igreja, sinta a frescura da Fonte Velha. Percorra os pátios do largo da cadeia e do Museu Monsenhor Nunes Pereira para chegar ao topo da aldeia, onde a piscina aguarda os dias de verão. No percurso tome atenção às tramelgas que escondem as fechaduras, bem como outros pormenores arquitetónicos singulares. Acompanhe a história contada nos painéis de ardósia que remetem para os "Contos de Fajão". Siga os passos das suas personagens, sente-se à mesa delas e descubra porque é que a gastronomia é um dos atrativos maiores de Fajão.
A rede wireless “centro.natureza” está disponível de forma totalmente gratuita. Este ponto wireless, cofinanciado pelo Turismo do Centro de Portugal, foi criado no âmbito do programa Valorizar promovido pelo Turismo de Portugal e que visa o apoio ao investimento na promoção da qualificação do “destino turístico Portugal”.