Apanhar azeitona num olival, saborear um farnel no campo e visitar lagares com diferentes tecnologias é a proposta da Rota dos Lagares, que valoriza um dos principais produtos da região, a azeitona.
Tradições e sabores que se perpetuam e renovam, para conhecer ou reviver num dia dedicado ao azeite.
A dureza do inverno, por vezes traduzida em camadas de geada que pintam a paisagem de branco, marca a apanha da azeitona, tradicionalmente realizada em novembro e dezembro. É preciso tombar a azeitona sobre os panos estendidos que nesta altura do ano caracterizam a paisagem, escolher a rama, limpar e ensacar o fruto que no lagar se irá converter em fio dourado.
Moinho, centrifugadora, prensa, vários são os passos que, no lagar, asseguram a extração do líquido e a separação do bagaço. O cheiro intenso e o barulho das máquinas em laboração são comuns a todos os lagares e no concelho existem ainda duas dezenas em atividade. Além de poder conhecer de perto as tarefas dos lagareiros e assistir a uma das produções mais tradicionais da nossa região, alguns destes espaços têm condições para a organização de degustações gastronómicas, como a tiborna.
Em que consiste esta tradição, comum à Beira Interior e ao Alentejo? A base é o pão caseiro torrado, regado com azeite acabado de produzir, com um paladar único. Há depois variações que acrescentam outros ingredientes, como alho, bacalhau ou tomate, num momento gastronómico que ao longo dos tempos serviu para celebrar a produção de azeite e ao mesmo tempo proporcionar um convívio entre produtores e lagareiros.
Através desta rota de lagares em laboração, descubra os segredos de uma atividade milenar e aproveite para conhecer este segredo sazonal da gastronomia regional.