SINOPSE
Num cais situado algures entre o mundo dos vivos e o destino final dos mortos, chegam, em desfile, um conjunto de personagens-tipo representativas da sociedade portuguesa do século XVI que, deparando-se com as barcas do Inferno e do Paraíso, são encaminhadas para uma ou para a outra na razão direta da conduta que tiveram ao longo da vida.
Três atores desdobram-se para levar à cena a obra de Gil Vicente, mas a distância temporal que os separa daquelas personagens e da sua linguagem, fazem-nos encarar a representação como um jogo em que a inevitabilidade é o recurso derradeiro para revelar o quão próximo de nós e da nossa realidade pode estar este texto.
Nesta abordagem o texto é assumido em toda a sua especificidade, integralmente e sem a facilidade errónea da adaptação contemporânea de vocabulário ou expressões; em lugar de figuras de colorido artificial e infantil – visão fantasiada e estereotipada das figuras da Idade Média – tenta-se dar vida a personagens de forte recorte teatral a partir do exercício de imaginação que o ator partilha com o espectador quando em cena estabelece com ele uma relação direta, humana, presencial.
Texto: Gil Vicente
Dramaturgia e encenação: Nuno Nunes
Cenografia e figurinos: Ana Limpinho
Desenho de luz: Rui Alves
Interpretação: Rita Lucas Coelho, Sara Cipriano, Vítor Nunes
Desenho de esgrima: Carlos Pereira
Consultadoria, recolha de materiais e caderno pedagógico: João Frazão
Assistência de produção: André Tenente
Produção: Propositário Azul, associação artística